Lutando pelo amanhã

Lutando pelo amanhã

terça-feira, 9 de setembro de 2014


Avaliação


Ideb 2013, o índice de atraso do ensino médio

Redes de 21 Estados não atingem metas estabelecidas pelo governo federal; em 16 deles, médias são inferiores às obtidas em 2011


Bianca Bibiano e Jadyr Pavão Júnior


Raio-x do Ideb

O que é
Indicador da qualidade da educação básica brasileira, que revela a situação do ensino em instituições públicas e privadas de todo o Brasil. A aplicação do Ideb é atribuição do Inep, órgão subordinado ao MEC

Como o Ideb é calculado
A nota do Ideb é obtida a partir da combinação das médias obtidas por estudantes em exames nacionais (Prova Brasil ou Saeb) e das taxas de aprovação: o resultado varia de 0 a 10. Os exames são aplicados a cada dois anos (o primeiro dado disponível é de 2005) e divulgados no ano seguinte

Quem participa dos exames
Alunos da 4ª e 8ª séries (5º e 9º anos, respectivamente) do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio de escolas públicas e privadas. Todas as escolas públicas com mais de 20 alunos são consideradas no levantamento. Entre as privadas, apenas uma amostragem

Resultados x Metas
Os resultados obtidos nos exames são comparados com metas estabelecidas em 2007 pelo Plano de Desenvolvimento da Educação para escolas e redes de ensino. O PDE prevê metas até o ano de 2021


Como são apresentados os resultados
O MEC divulga os valores de Ideb obtidos por escolas e também as médias relativas a municípios, Estados e ao Brasil

O Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação, divulgou nesta sexta-feira os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) relativos a 2013. Os dados revelam avanço nos anos iniciais do ensino fundamental e estagnação nos anos finais e também no ensino médio. Neste, a situação é ainda mais dramática (confira os dados nos gráficos abaixo).
Vinte e um Estados não atingiram as metas estabelecidas pelo próprio governo federal para o ano de 2013. Além disso, 16 das unidades da Federação conseguiram colher resultados inferiores aos registrados na avaliação anterior do Ideb, em 2011. Ou seja, era ruim, ficou pior. Na prática, os dados mostram que a maioria das redes mantidas por Estados e Distrito Federal não avançou.
"A queda das notas do ensino médio e a estagnação nos anos finais do ensino fundamental revelam um problema estrutural da escola brasileira: do 1º ao 5º ano, os alunos têm apenas um professor em sala. A partir do 6º, o número de docentes aumenta. É nessa transição que está o problema", diz Alejandra Velasco, gerente da área técnica da ONG Todos pela Educação. "É preciso rever o currículo e entender o que causa a queda ao longo dos ciclos escolares. No ensino médio, ele é sobrecarregado, os alunos acabam não acompanhando e desistem de estudar."
O que torna a situação dramática é que as metas do Ideb já são modestas. Elas preveem, por exemplo, que o conceito médio nos primeiros anos do ensino fundamental atinja só em 2021 a nota 6 — correspondente, segundo cálculo do Inep, à média alcançada em 2003 pelos alunos de nações desenvolvidas no Pisa, mais importante avaliação educacional do planeta. Ou seja, se o brasileiro médio chegar a esse patamar em 2021, estará quase duas décadas atrasado.

Um comentário:

  1. Podemos perceber que essas avaliações servem para verificar a efetividade do funcionamento das políticas educacionais no país.
    Com os resultados expostos acima, chegamos a conclusão de que muito precisa ser feito, pois com o passar dos anos, os índices mostram que o rendimento está piorando, e a estimativa é de que se continuar nesse ritmo, só obteremos uma melhora significativa (6 pontos) em 2021.
    Em vista disso, é notório que algo precisa mudar urgentemente, pois não adianta em nada, medir o desempenho, ver que o resultado não foi satisfatório, e nada ser feito para que isso tome um rumo diferente.
    De acordo com nossa constituição, todos têm direito a um ensino de qualidade, mas para que isso ocorra, nossas politicas educacionais devem ser repensadas, pois as que estão vigentes, não estão suprindo as necessidades para o bom desenvolvimento destes jovens

    ResponderExcluir